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pilha de livros

Dom às 9

Poesia nova todo domingo de manhã

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  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 28 de jul. de 2024

A noite me presenteia com o esvaziar de mim,

mostra o quão aprazível é o renunciar do ego

e o mergulhar em percepções que são só nossas,

frouxas de amarras que a correria do dia ousa nos trazer.

Só a noite revela o qual risível somos à luz do dia

sob os olhares julgadores que normatizam

os nossos corpos dóceis.

Só à noite eu rezo mais sincero,

mais agradeço e menos peço.

Mais só contemplo e me despeço,

até o raiar devolver a mim

o meu eu cheio de mim.

 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 21 de jul. de 2024

Eu amo tanto!

É como se eu soubesse

que tanto amor

também me amará,

tanto quanto estou disposto

a uma aventura me entregar.


Nunca é em vão o amor,

amor nunca é tanto.

Tanto amor ainda é insuficiente

para o quanto somos capazes de amar.


O que parece transbordar

não escorre despercebido.

O amor nutre outros corações

ferventes por serem acolhidos.

 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 14 de jul. de 2024

O seu poder partir crava em mim

uma angustiante insegurança,

medo de que eu não aguente

o palpitar de um tolo coração,

ainda inocente, crente

de que possa existir o amor perfeito

moldado pra gente.

 

Mas o seu real partir,

ainda que me dobre num sofrer

como um profundo corte na carne sensível,

me dá a confiança de que a dor latejante

não precisa matar,

talvez queira apenas torturar.


Posso sobreviver ao martírio,

ser mais forte com a sua ausência

suspender esse infortúnio delírio

com um novo sentido para a minha existência.


Mas, já aprendi que há vida na morte.

O poder partir

nada mais é do que um poder reexistir,

o que não me faz necessariamente mais forte,

mas, sim, levemente mais leve.

 
 
 
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