A Lua minguante,
nem tão distante,
desponta bem ali
no baixo horizonte.
Na noite mais gelada,
ela, vigorosa e calada,
brilha solitária
na pacífica madrugada.
Nem uma estrela no vasto céu.
Poucas almas caminham na rua.
O protagonismo é só dela,
da beleza romântica
da Lua amarela.
Eu já sei tudo
tudo o que preciso saber
sobre você.
Mesmo sem ter se pronunciado,
deste a mim a chave
de quem és,
o que pensas
com o que sonhas.
O que esperas de mim,
também já desvendei.
Tudo eu já sei.
Segundos do seu olhar
a desnudaram bem mais
do que sua boca é capaz.
Sonhos habitam o meu adormecer.
Muitos não cabem no meu despertar,
em todos eles há você.
De alguns, eu não lembro ao acordar,
Em outros, ainda vivo aquele imaginar.
Há noite profunda,
há noite rasa,
há algumas de insônia
que me fazem circular pela casa.
Sonho também no clarear do dia,
no cair do Sol, na tardezinha.
Sonho pra me manter em pé,
como alimento da fé.
Cultivo o sonho
como ato afetivo
para me sentir vivo.