Sinto que o que eu sinto
não é só meu.
O que sinto
também é de quem
me faz sentir
o bem da emoção
que faz de nós
outros.
A cada sentir,
um adeus ao meu eu
para que eu seja
mais nosso.
E não mais exista
entre nós
fosso.
É o que sinto.
Quero te querer,
mesmo sem a ter,
mas a quero.
Quero
não para a dominar
como um homem inseguro
que não sabe amar.
Quero, apenas
e tão somente.
Quero
não para a possuir
mas para que
mesmo longe de mim
não possa sumir.
Contento-me em te querer,
tão somente.
É o suficiente.
Dos meus versos
nada mais espero
do que o livre vaguear
na madrugada
com destino ao coração
da homenageada.
São letras sinceras
feitas com esmero
que invocam anelo
por serem saboreadas
como o entreolhar
de pessoas apaixonadas.
Mas, na profunda escuridão
os versos perdidos,
agora sem destino,
se entregam
a um confuso amor clandestino.