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Aventura

Deixarei que do porto partas feliz,

que navegues em águas turvas,

que ecoe o seu grito

ao admirar a imensidão do mar

e a beleza agoniante do infinito.


Deixarei que se percas no tempo,

sintas a frieza do vento

e a correnteza da solidão,

se enganes com as ondas calmas

e temas pelas sinuosas.


Deixarei que,

em sua aventura para o além-terra,

se angusties no eterno oceano da escuridão.


Deixarei

para que, quando for a hora,

retornes à costa,

valorizes o calor, a companhia

e o porto seguro da orla.


Mas quando voltares

pode ser tarde.

Eu, delirante e com o coração partido,

talvez terei partido

em semelhante aventura mar afora.

 
 
 

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