Travessia
- Bruno Lara
- 6 de mar. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 7 de dez. de 2023
A vida muda,
o mundo muda,
mas há quem prefira ser
como sempre foi:
mudo diante do mundo ativo.
A mudança não é imperativa
e nem definitiva.
É uma opção
desconfortável e desafiadora.
Saborosa também.
Mudar é curar,
permitir-se tocar,
conhecer, experienciar,
é atravessar
e ser atravessado
frente e verso,
lado a lado,
de cima a baixo.
É gozar a arte do viver,
é fazer do próprio viver uma arte.
É degustar a imperfeição,
a delícia da incompletude,
"o quase feito" como virtude.
Mudar é ler,
interagir e sofrer,
ora persistir, ora desistir,
entender quando decidir.
É trocar afetos,
conversar e gargalhar.
É se abrir, intervir,
aceitar
e deixar a lágrima purificar.
Mudar é deixar o fluxo nos tocar,
é tocar o fluxo
e ver no que vai dar.
Sair do lugar
já é transformar.
Só de tentar
já é motivo pra comemorar.
É muito melhor mudar
do que deixar a vida passar,
olhar pra frente e ver
que não há mais tempo
pra renascer,
que só resta perecer
e arrependimento pra remoer.
Mudar, sim
pra uma versão melhor,
mas sem se esquecer,
nem perder a autenticidade
que há em você.
Comments