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Obra-prima

O vento forte, sem licença,

sacode a cortina,

enverga a planta, balança a santa,

lança papéis para cima.

A porta bate em descompasso,

de forma bruta, sem rima.


Ainda que com frio,

daqui desfruto o clima:

lá embaixo, crianças brincando,

a menina que patina,

a chuva chegando.

O simples como obra-prima.


Nada há a observar,

senão o mundo vivendo

a vida como ela é,

e eu a contemplar

a beleza deste balé.

 
 
 

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