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Resto

  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 23 de nov.
  • 1 min de leitura

Me consola saber

que rirei do que já chamei de erros;

que, no fim, toda energia será em vão;

que o sentido de hoje

amanhã perde o sentido

e o tempo, sem piedade, devora

o valor do agora,

sem a mínima compaixão.

Me consola saber

que só me resta

o que me resta.

E se não restar,

não há motivo para me preocupar.

Farei questão de ovacionar os meus erros,

os meus sentidos e a minha energia.

Tudo isso foi o meu remédio

contra a monotonia.

E o que me restou

foi exatamente o tédio.

 
 
 

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