Volta
- Bruno Lara
- há 7 dias
- 1 min de leitura
O nada é frio,
um lugar quieto e vazio
à espera,
mas satisfeito.
O tudo é quente e desordenado.
O nada é pacato e amistoso.
O tudo é ansioso e ingrato,
descontente.
Quanto mais tem, mais ambiciona.
O nada não tem mania.
A mania do tudo é a de grandeza.
Do nada surgiu a vida
e o que não é vida na própria vida.
O tudo deve ao nada.
O nada em nada deve ao tudo.
O nada não anseia,
mas uma coisa tem: a paz.
O tudo, tudo o que não tem
é exatamente a bendita paz.
Um dia, o tudo volta a nada,
e o nada será o tudo.
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