ArBruno Lara4 de mai.O ar que mansamente me arejaé também aquele que, transfigurado,em outros tempos, bravamente, me veleja.Por ora, remansomas também pelas turvas correntezasavanço.Nas tentativas fazemos das incertezas troncos.
SentidoBruno Lara27 de abr.Nem só de doces palavras são feitos os poemas.Também há letras mansas cínicasque nos inquietame até fazem lacrimejar.Letras, que entre dilemas,nos convidam a fluir em ritmos pouco harmônicos,quando não desarmônicos mesmo.Mas ainda assim são poemas,desde que, tão somente,do caos criem um sentido.
BorboletaBruno Lara20 de abr.Era só uma borboletanas cores azul, amarela e preta.Pousou em meu antebraço esquerdo.Por um bom tempo, sem medo ali ficou.Tinha a liberdade de voar, mas também a ousadia de ficar,e ficou.E foi ficando. Poderia eu a expulsar.Imagina!Fiquei a olhandoe olhandoaté a borboleta de mim cansar e voar presa sob o meu olhar até se soltar no horizontenão sem antes me deixar uma fontede poética inspiração.