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pilha de livros

Dom às 9

Poesia nova todo domingo de manhã

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  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 19 de jan.

Minhas mãos suadas e frias

transpiram o arrepio

do palpitar de um aflito coração,

acuado e quente.

Seus vivos e inseguros olhares

translúcidos em minha frente

me fixam de forma eloquente.

Olhos seus

residem nos próprios olhos meus.

Olhos seus despertos

dos quais os meus

não se libertam.


Fora de ti

talvez não haja alternativa.

Talvez fora de ti até haja eu,

mas um eu parcial, um eu normal,

um eu qualquer,

sedento por conquistar

a paisagem-alvo do seu olhar.

 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 12 de jan.

Ontem procurei as coisas

que eu tão bem havia guardado.

Mexi, remexi,

deixei tudo revirado.

Não as encontrei.

Não que eu as tenha perdido,

mas, de algum modo, se foram.


O que a gente guarda

não é mais nosso.

O deixar de lado

é uma desculpa

para deixarmos ir,

sem a consciência pesada

de ter abandonado

o que ficou de lado,

e que, sem percebermos,

também ficou para trás.

 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 5 de jan.

Se pensas que um novo eu surgiu

quando um nós emergiu,

pouco de mim sabes.

Entregar-me-ei

quando por ti eu for tomado.

E tu terás a mim ao seu lado,

serei tu, serás eu

para que nós não sejamos

a soma de cada coração,

mas a plenitude de um único ser

diversamente pleno.

 

 
 
 
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