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pilha de livros

Dom às 9

Poesia nova todo domingo de manhã

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  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 9 de nov.

O nada é frio,

um lugar quieto e vazio

à espera,

mas satisfeito.

O tudo é quente e desordenado.

O nada é pacato e amistoso.

O tudo é ansioso e ingrato,

descontente.

Quanto mais tem, mais ambiciona.

O nada não tem mania.

A mania do tudo é a de grandeza.

Do nada surgiu a vida

e o que não é vida na própria vida.

O tudo deve ao nada.

O nada em nada deve ao tudo.

O nada não anseia,

mas uma coisa tem: a paz.

O tudo, tudo o que não tem

é exatamente a bendita paz.

Um dia, o tudo volta a nada,

e o nada será o tudo.




 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 2 de nov.

Diga "sim" pra mim.

Diga do seu manso jeito,

em português, grego ou latim,

ou diga "sim" sem palavras,

diga em poesia

com aquele olhar em maestria

com o qual tu me envolveste

neste lugar inseguro de uma pré-definição

da nossa quase relação.

Sua vaga linguagem é uma camuflagem

para o "talvez sim" eclipsar

o inevitável "não".

 
 
 
  • Foto do escritor: Bruno Lara
    Bruno Lara
  • 26 de out.

Atualizado: 27 de out.

O simples parece simples

mas só o é

depois de muita energia em elaboração.

O elaborado resulta de processo,

trabalho e reflexão.

O simples não elaborado é só,

vulgar.

O elaborado é simples em embrião,

aflito, simplesmente, por desabrochar.

 
 
 
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